Todos nós temos que fazer escolhas o tempo todo. Desde as coisas mais simples do dia a dia, como escolher que roupa vestir para aquele dia de trabalho, ou qual é o melhor caminho a tomar com o seu carro para chegar a algum destino, ou o que comer na hora do almoço, ou se deve gastar ou não o seu dinheiro de uma determinada maneira, seja comprando uma roupa nova, viajando no feriado ou adquirindo algum item tecnológico de última geração, até as grandes escolhas como qual carreira seguir ou com quem se casar. Pequenas e grandes decisões precisam ser tomadas a toda hora, são respostas às exigências da vida que, aos poucos, vão construindo a nossa felicidade ou a nossa infelicidade. E questionar é fundamental para que se reavalie sempre o melhor caminho a seguir. Porém, a maioria das pessoas, por medo de errar, por insegurança, prefere seguir repetindo modelos de conduta que aprenderam desde crianças, sem questionamento, de modo condicionado, até perceberem um dia que viveram no automatismo e que não suportam mais aquela rotina entediante. Portanto, as dúvidas são desafios ao autoconhecimento e fazem parte do nosso processo evolutivo.
Cada escolha feita nos conduz à liberdade de sermos nós mesmos ou à escravidão psicológica aos antigos modelos comportamentais ensinados pelos nossos pais, especialmente quando o que nos foi ensinado não condiz com a nossa essência.
Além disto, através das nossas escolhas, desenvolvemos critérios éticos que nos permitem ponderar entre a plena realização dos nossos próprios desejos e os limites do respeito ao espaço alheio. Mas o medo de ser “punido”, rejeitado, marginalizado, tem levado as pessoas a dúvidas insolúveis, eternas, daquelas em que você se vê indo e voltando de um ponto ao outro, inúmeras vezes, até mesmo ao longo de anos e anos. E por que tamanha dúvida? Porque você se sente em dívida com o seu passado! Isto mesmo, você se vê dividido entre ser você mesmo e se arriscar, se aventurar e ter a chance de se fazer feliz e, por outro lado, o vem à tona o medo de discordar da maioria das pessoas ao seu redor ou de sua origem matriarcal e patriarcal e se sentir desrespeitando os valores por eles transmitidos! Toda dúvida que não se soluciona é um sentimento de dívida, e para resolvê-la você precisa romper com a fonte de seus medos, você precisa renunciar! A renúncia significa abrir mão de algo, conscientemente, para abraçar outra coisa inteiramente! É a libertação de uma fase imatura de sua vida para assumir a atual fase, onde você deseja que seu guia seja o seu coração e não os seus condicionamentos.
A dúvida prolongada é a maior fonte do sofrimento humano, pois representa os seus piores sentimentos, tais como o medo de errar, a culpa por divergir da educação que lhe foi dada e cobrada pelos pais, a impotência pela baixa autoestima adquirida e que te faz dividido entre o sonho de ser você mesmo e conquistar os seus objetivos de alma e as inúmeras vezes em que você foi criticado e “aconselhado” a ser grato pelo “pássaro que tinha na mão, para não chorar pelos dois que estariam voando”! Portanto, se quer ser feliz, ainda que faça algumas escolhas acertadas e outras equivocadas, decida rapidamente! E para isto “pense com o coração”! Se usar somente a razão, irá ponderar somente sobre os riscos e vai adiar, mais uma vez, a decisão. Aliás, a palavra ‘decisão’ se origina na raiz latina CAEDERE, que significa ‘cortar’, ou seja, é necessário que façamos uma ‘cisão’ em relação aos medos! Decidir é cortar o passado definitivamente de sua vida, e se arriscar ao novo! Se der certo, ótimo, e se não der faça uma nova escolha, você tem este direito e merece novas oportunidades, mas não se detenha no meio fio da vida, não fique perdendo energia para o passado, como se você fosse um devedor!
Absolva-se desta dívida irreal, perdoe-se, pois é esta ilusão que te prende e o impede de ser grande, de ser um ‘indivíduo’ íntegro, ou como o significado da palavra nos ensina, ‘indivíduo’ é aquele que não se divide em dois, entre o passado e o presente, é o ser unificado!
Enfim, nunca se demore em uma dúvida, pois senão, sempre haverá quem decida por você se aproveitando de sua energia e acabe por lhe cobrar uma dívida inexistente! Coloque sua vida em suas próprias mãos, ou melhor, em seu coração!
Marcello Cotrim
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