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quinta-feira, 18 de setembro de 2014

O outro é apenas o outro

Cada um que passa em nossa vida passa sozinho, pois cada pessoa é única, e nenhuma substitui outra. Cada um que passa em nossa vida passa sozinho, mas não vai só, nem nos deixa sós. Leva um pouco de nós mesmos, deixa um pouco de si mesmo. Há os que levam muito; mas não há os que não levam nada. Há os que deixam muito; mas não há os que não deixam nada. Esta é a maior responsabilidade de nossa vida e a prova evidente que nada é ao acaso". - Antoine de Saint-Exupéry

Tudo o que nos acontece, acontece por uma razão. Tudo o que nos é dito é exatamente o que precisamos ouvir ou ler. Gostar ou não gostar do que nos é dito é escolha nossa e não muda o fato de que só recebemos aquilo de que precisamos. 

Se abrimos o coração para o que é dito, uma grande revolução pode ter início, porque podemos nos ver também a partir do que o outro vê e percebe em nós. Uma nova perspectiva de nós mesmos se apresenta.

Se, no entanto, escolhemos fechar o nosso coração ao que nos dizem, uma grande oportunidade pode ser perdida.

Nada é em vão, nada é por acaso, nada é injusto, porque o que vem, vem pela nossa necessidade e não pelo nosso desejo.

O que desejamos fala das nossas carências e das nossas crenças pessoais, restritas pela nossa limitada e distorcida percepção da realidade.

O que necessitamos, entretanto, fala do que podemos nos tornar, se permitirmos que a revolução se faça em nós, sem nos debatermos.

Quando alguém fala, fala de si mesmo. E quem ouve ou lê, ouve ou lê de si mesmo, pelos seus próprios filtros e não pelos filtros de quem falou.

Se podemos escolher gostar ou não, é porque podemos escolher como interpretar. E se podemos escolher como interpretar, está aí o nosso maior exercício, nosso maior aprendizado.

Quando algo nos machuca é porque entendemos que podemos ser machucados, é porque acreditamos nisso, pensamos assim e achamos isso "certo" para nós, de alguma maneira. 

Ser feliz ou miserável com o que nos acontece é escolha apenas nossa e de ninguém mais. Não é o outro que nos ofende ou faz infelizes, mas nós que escolhemos ser ofendidos e ficar infelizes, a partir do que supomos que o outro está fazendo.

O outro é apenas o outro e ele só terá sobre nós o poder que nós mesmos lhe dermos.



por Maísa Intelisano

terça-feira, 12 de agosto de 2014

SETE PASSOS PARA SUPERAR O CONTROLE DO EGO SOBRE VOCÊ


Aqui estão sete sugestões para ajudá-lo a transcender idéias arraigadas sobre a própria importância. Todas estas são concebidas para ajudar a impedi-lo de se identificar falsamente com a auto-importância do ego.

1 – Deixe de ficar ofendido. 
O comportamento dos outros não é motivo para ficar retido. Aquilo que o ofende somente o enfraquece. Se estiver procurando ocasiões para ficar ofendido, você as encontrará a cada oportunidade. 


Este é o seu ego operando, convencendo-o de que o mundo não deveria ser assim.

Mas você pode se tornar um apreciador da vida e se equiparar ao Espírito universal da Criação. Você não pode alcançar o poder da intenção ao ficar ofendido. 
De qualquer modo, aja para erradicar os horrores do mundo que emanam da identificação massiva do ego, mas fique em paz. 


Como “Um Curso em Milagres” nos lembra: “A Paz é de Deus, você que é parte de Deus, não está no lar, exceto em sua paz. O Ser é de Deus, você que é parte de Deus não está no lar, exceto em sua paz”. Ficar ofendido cria a mesma energia destrutiva que o ofendeu em primeiro lugar e leva ao ataque, ao contra-ataque e à guerra.


2 – Libere a sua necessidade de vencer.
O ego adora nos dividir em vencedores e perdedores.  A busca da vitória é um meio infalível de evitar o contato consciente com a intenção. Por quê?

Porque em última instância, a vitória é impossível o tempo todo.
Alguém lá fora será mais rápido, mais afortunado, mais jovem, mais forte e mais inteligente, e novamente você se sentirá inútil e insignificante.

Você não é o seu prêmio ou a sua vitória.  Você pode curtir a competição, e se divertir em um mundo onde a vitória é tudo, mas você não tem que estar lá em seus pensamentos. 


Não há perdedores em um mundo onde todos compartilham a mesma fonte de energia.Tudo o que você pode dizer em um determinado dia é que você realizou em um determinado nível, em comparação aos níveis de outros neste dia.Mas hoje é outro dia, com outros competidores e novas circunstâncias a considerar.


Você está ainda na presença infinita em um corpo que está em outro dia, ou em outra década, mais velho.

Deixe ir a necessidade de vencer, sem concordar que o oposto de vencer é perder. Este é o medo do ego. Se o seu corpo não está atuando de modo a vencer neste dia, ele simplesmente não se importa quando você não está se identificando exclusivamente com o seu ego.  Seja o observador, notando e apreciando tudo isto sem precisar ganhar um troféu. 

Esteja em paz, e corresponda com a energia da intenção.E, ironicamente, embora você quase não o perceba, mais vitórias se apresentarão em sua vida quando menos as perseguir.



3 – Deixe ir a sua necessidade de estar certo. 
O ego é a fonte de muitos conflitos e desavenças, porque ele o empurra na direção de tornar outras pessoas erradas. 


Quando você é hostil, está desconectado do poder da intenção. O Espírito Criativo é bondoso, amoroso e receptivo; e livre da raiva, do ressentimento ou da amargura. 

Liberar a sua necessidade de estar certo em suas discussões e relacionamentos é como dizer ao ego: eu não sou um escravo para você.

Eu quero aceitar a bondade e rejeitar a sua necessidade de estar certo.


Realmente, eu oferecerei a esta pessoa uma oportunidade de se sentir melhor, dizendo que ela está certa, e lhe agradecer por me apontar na direção da verdade.


Quando você deixa ir a necessidade de estar certo, é capaz de fortalecer a sua conexão com o poder da intenção. 


Mas tenha em mente que o ego é um combatente determinado. Eu tenho visto pessoas terminarem relacionamentos maravilhosos, apegando-se a sua necessidade de estar certo, interrompendo-se no meio de um argumento e se questionando: “Eu quero estar certo ou ser feliz?”
Quando você escolhe o humor feliz, amoroso e espiritualizado, a sua conexão com a intenção é fortalecida.  Estes momentos expandem no final das contas, a sua nova conexão com o poder da intenção. A Fonte universal começará a colaborar com você, criando a vida que você pretendia viver.


4 – Deixe ir a sua necessidade de ser superior. 

A verdadeira nobreza não se refere a ser melhor do que outra pessoa. Trata-se de ser melhor do que você costumava ser.  Permaneça focado em seu crescimento, com uma consciência permanente de que ninguém neste planeta é melhor do que outro. 

Todos nós emanamos da mesma força de vida criativa. Todos nós temos uma missão de compreender a nossa essência pretendida. Tudo o que precisamos para cumprir o nosso destino nos está disponível. Nada disto é possível quando você se vê como superior aos outros. 
É um velho provérbio, mas, entretanto, verdadeiro: Somos todos iguais aos olhos de Deus.  Deixe ir a sua necessidade de se sentir superior, vendo a revelação de Deus em todos. Não avalie os outros com base em sua aparência, em suas conquistas, posses e em outros índices do ego.  

Quando você projeta sentimentos de superioridade, isto é o que você recebe de volta, levando a ressentimentos, e principalmente, a sentimentos hostis. Estes sentimentos se tornam o veículo que o distancia mais da intenção. 

Um Curso em Milagres trata desta necessidade de ser especial e superior.
A pessoa que se julga especial sempre faz comparações.
5 – Deixe ir a necessidade de ter mais. 
O mantra do ego é mais. Ele nunca está satisfeito. Não importa quanto você consiga ou adquira, seu ego vai insistir que não há o suficiente. Você se encontrará em um estado perpétuo de esforço para obter, eliminando a possibilidade de nunca chegar. 


Entretanto, na realidade, você já chegou, e como você opta por usar este momento presente de sua vida, é sua escolha. 

Ironicamente, quando você deixa de precisar mais, mais do que você deseja parece chegar a sua vida. Desde que você se desligou da necessidade por isto, você achará mais fácil transmiti-lo aos outros, porque você compreende quão pouco você precisa a fim de ficar satisfeito e em paz.

A Fonte universal está contente com ela mesma, expandindo-se constantemente e criando nova vida, sem tentar se apegar as suas criações para seus próprios propósitos egoístas. Ela cria e libera. 

Quando você libera a necessidade do ego de ter mais, você se unifica a esta Fonte. Você cria, atrai para si e libera, nunca exigindo que mais venha ao seu caminho. Como um apreciador de tudo o que se apresenta, você aprende a poderosa lição de S. Francisco de Assis: “É dando que recebemos.” 

Ao permitir que a abundância flua para e através de você, você se equipara a sua Fonte e garante que esta energia continue a fluir.
6 – Deixe de se identificar com base em suas realizações. 
Este pode ser um conceito difícil se pensar que vocês são as suas realizações. Deus canta todas as músicas, Deus constrói todos os prédios, Deus é a fonte de todas as suas realizações.  Eu posso ouvir o seu ego protestando em voz alta. Entretanto, permaneça atento a esta idéia.  Tudo emana da Fonte! Você e esta Fonte são um! Você não é este corpo e as suas realizações.  Você é o observador. 

Observe tudo isto; e seja grato pelas habilidades que acumulou.  Mas dê todo o crédito ao poder da intenção, que lhe trouxe à existência e da qual é uma parte materializada. 
Quanto menos precisar assumir o crédito pelos seus empreendimentos e mais conectado permanecer às sete faces da intenção, mais estará livre para realizar, e mais se apresentará para você. 

Quando você se liga a estas conquistas e acredita que apenas você que está fazendo todas estas coisas, você deixa a paz e a gratidão de sua Fonte.
7 – Deixe ir a sua reputação.
Sua reputação não está localizada em você.  Ela reside nas mentes dos outros. Portanto, você não tem nenhum controle sobre tudo isto. Se falar para 30 pessoas, você terá 30 reputações. 


Conectar-se à intenção significa ouvir o seu coração e se conduzir baseado naquilo que a sua voz interior lhe diz que é o seu propósito aqui. 

Se estiver muito preocupado em como será percebido por todos, então você se desliga da intenção e permite que as opiniões dos outros o oriente. 
Este é o seu ego operando.  É uma ilusão que se interpõe entre você e o poder da intenção.  Não há nada que não possa fazer, a menos que se desconecte da fonte de poder e se torne convencido de que o seu propósito é provar aos outros como você é poderoso e superior, e gaste a sua energia tentando ganhar uma gigantesca reputação entre outros egos. 

Permanecer no propósito, desligar-se do resultado, e assumir a responsabilidade pelo que faz, reside em você: seu caráter. 


Deixe que a sua reputação seja debatida por outros. Ela nada tem a ver com você. Ou como o título de um livro diz: “O que você pensa de mim, não é da minha conta.”


Por Wayne W. Dye

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Por que autoconhecimento é antídoto contra solidão


"Creio que o maior antídoto para a solidão seja exatamente isso: autoconhecimento. Para isso, procure se observar mais, valorizar suas conquistas, identificar seus sentimentos, ouvir sua própria voz e respeitar aquilo que ouve e sente, aos poucos irá conhecendo um pouco mais sobre você mesmo e gostando desse ser especial que é você. Só se sente só quem não aprendeu a apreciar a própria companhia"



Solidão. Todos nós de alguma forma já nos sentimos sozinhos. Ainda que muitos se ocupem em excesso para sequer sentir a falta da companhia de alguém, mesmo quem diz não ter tempo para se sentir sozinho, que solidão é sinal de depressão, doença, coisa para quem não tem amigos, família, com certeza já se sentiu só em alguma fase da vida, em alguma situação. Quem nunca ficou até mais tarde no trabalho apenas por não querer ir para casa? Ou saiu do trabalho e foi se encontrar com os amigos?
Quem nunca se sentiu só após uma separação? E quem nunca entrou em casa e foi logo ligando a TV, o rádio, o computador? Por querer saber as notícias, ouvir música, receber e-mails, conectar-se com outras pessoas? Não, essas podem até serem as justificativas que a maioria diz, mas lá no fundo, o que desejam mesmo é fugir da solidão. E o que significa estar só senão estarmos em nossa própria companhia?

É, a solidão é antes de tudo a oportunidade que temos de nos confrontar com tudo que está bem dentro de nós, e assim, nos conhecer, cada dia um pouco mais. Mas para algumas pessoas, talvez a maioria, estar consigo mesmo, se conhecer, é sentido como algo doloroso, difícil, e até mesmo, insuportável.

Muitos moram com outras pessoas, não porque gostam de estar com essas pessoas, mas para não se sentirem sós. Outros mantêm seus relacionamentos pelo mesmo motivo e não por sentirem amor com quem dividem a mesma casa e a mesma cama. Mas por qual motivo a solidão é tão temida, causando verdadeiro pânico, fazendo com que pessoas mantenham relacionamentos destrutivos, infelizes?

Desde pequenos somos ensinados a sermos amigos de todos, a quem devemos dividir nossos brinquedos, sermos bonzinhos; na adolescência o que mais desejamos é ter muitos amigos e com isso nos sentirmos aceitos; vamos crescendo, casamos, temos filhos, e conforme o tempo vai passando, surgem as separações, perdas, decepções, e por opção ou falta dela, muitos vão continuando seus caminhos sozinhos. Mas o que fazer com aquele, que até então, era um total desconhecido? Passamos anos valorizando o que os “outros” querem, sentem, falam, e parece que se esqueceram de nos ensinar a olhar para dentro de nós.
Aprender a ficar só traz autoconhecimento

Portanto, não se culpe se você não sabe ficar só, é natural. Mas sempre é tempo de aprender. Aprender a se ouvir, se conhecer. Como é natural também sentir medo de olhar para quem você sequer foi apresentado. Como querer conhecer alguém que só ouviu críticas a respeito de si, fazendo-o sentir que tudo que faz, pensa, fala, sente, é errado? Não, não é nada fácil!

A própria sociedade discrimina quem não tem tantos amigos, sendo muitas vezes taxado como anti-social. Os tímidos que o digam... como sofrem por serem mais fechados. Os extrovertidos sim, têm muitos amigos, parecem agradar a todos, e por isso são felizes. Será? Esses mesmos “alegres crônicos” também chegam em casa, e muitos se deparam com o silêncio como companhia. E será que continuam se sentindo tão bem quanto demonstram? Nem sempre. Sem falar que mesmo acompanhados podemos nos sentir sozinhos, e essa parece doer ainda mais. Que paradoxo, não? Quando estamos sós queremos companhia e, mesmo com companhia, continuamos a nos sentir sozinhos.

Mas o fato é, como lidar com a solidão? Será que o mais apropriado não seria: como lidar com nossa própria companhia? Nessa pergunta creio que já está a resposta. O fato não é como lidar com a solidão, mas, sim, como lidar com nós mesmos. Sim, é muito bom estarmos com outras pessoas, principalmente com aqueles que nos amam e que amamos também, mas nem sempre isso é possível e pelos mais diversos motivos. O que é preciso pensar é que não se pode estar na companhia, de quem quer que seja, apenas para não ficar só, isso sim é pura falta de coragem para olhar para dentro de si e enfrentar os mais diversos sentimentos que tal encontro poderá despertar.

A solidão pode doer para qualquer pessoa, mas dói muito mais em que não gosta de si mesmo, quem não se admira, não vê em si mesmo qualidades, quem não percebe seu próprio valor, não se ouve, não aprendeu a se amar e se respeitar. Creio que o maior antídoto para a solidão seja exatamente isso: autoconhecimento. Para isso, procure se observar mais, valorizar suas conquistas, identificar seus sentimentos, ouvir sua própria voz e respeitar aquilo que ouve e sente, aos poucos irá conhecendo um pouco mais sobre você mesmo e gostando desse ser especial que é você. Só se sente só quem não aprendeu a apreciar a própria companhia. 


Rosemeire Zago

Por que é tão difícil dizer não?



É claro que nem todos são assim, mas muitas pessoas sentem uma grande dificuldade em impor seus limites, em negar algo a alguém, em dizer essa palavrinha de três letras: não
Você é daquelas pessoas que mudam todo o seu trajeto para dar carona a alguém? Fica horas ao telefone ouvindo uma amiga contar sobre o namorado, enquanto uma pilha de trabalho inacabado espera por você sobre a mesa? Sai das refeições do domingo passando mal de tanto comer, só porque a sua tia cismou que você tinha que repetir a macarronada cinco vezes e ainda comer a sobremesa?

Se esse for seu caso, eu tenho certeza que você já perguntou a si mesmo... POR QUE FAÇO ISSO COMIGO?

A primeira e mais evidente resposta é... porque não queremos desagradar alguém. Não queremos desagradar uma pessoa que nos pede carona, não queremos desagradar uma amiga, nem a uma tia que é grande e que já tem fama de encrenqueira!

Mas é preciso que você perceba que, para não desagradar ao outro você acaba desagradando a você mesmo, repetidas vezes. Cada sim dito ao outro é um não dito a você!

Mas por que não queremos desagradar, afinal? Qual seria o problema em desagradarmos alguém??? Será que temos a capacidade de agradar a todas as pessoas, o tempo todo? Você conhece alguém que agrada a todas as pessoas o tempo todo???

Para que você se aprofunde nessas questões é preciso que faça uma diferenciação entre seu Eu adulto e seu Eu criança.

Pense na parte adulta de você. Eu tenho certeza que, sendo o adulto que você é, você sabe que tentar agradar a todos é algo simplesmente impossível de ser atingido. Eu sei também que você sabe que não existe problema algum em negar uma carona, se a pessoa não está sequer em sua trajetória. Ou em dizer a uma amiga que você tem muito trabalho a fazer, e que não pode falar com ela naquele momento ao telefone... Ou em não comer, caso não esteja sentindo vontade. É óbvio, para nosso Eu dulto, que não somos obrigados a fazer coisas que não nos fazem bem, e que temos o direito de esperar que as pessoas que convivem conosco compreendam e aceitem nossos limites.

Se fôssemos puramente racionais e adultos, tudo estaria resolvido, e ponto final.

Mas o problema é que muitas vezes é a criança em nós que assume o comando de nossas falas e decisões. E com a criança a coisa é mais complicada. Quando você era criança, houve uma época em que você realmente dependia da aceitação dos adultos. O que uma criancinha poderia fazer caso os pais não a aceitassem, não cuidassem dela? Poderia chegar a morrer, certo? Então, para a criança, ser aceita era caso de vida ou morte. E essa vivência da criança fica registrada na forma de emoções.
Então vamos repassar uma dessas situações que usei como exemplo:
Você está cansado, tem muito trabalho a fazer, e sua amiga liga querendo lhe contar o fim de semana.

Seu adulto pensa: - Oh, não!!!! Estou exausto, preciso terminar este relatório, vou dizer a ela que agora não posso falar, e que eu ligo quando estiver mais tranquilo _ esse parece um pensamento racional não é?
Mas a criança em você, que é toda emoção, se agita toda... - Ah, mas aí ela não vai mais gostar mais de mim... E a criança transforma a situação toda em uma bola de boliche que fica entalada na sua garganta, e você fica lá, mudo, paralisado, escutando... escutando... escutando... e se sentindo mal.

Horas depois, quando finalmente a sua amiga desliga lhe dizendo: - Desculpe, mas não posso mais falar com você, tenho que fazer o jantar (como se você a estivesse segurando ao telefone!!!!)

Bem, quando ela diz isso você se sente mal, e sente raiva de si mesmo, e passa a madrugada trabalhando enquanto ela dorme em paz.
Não é difícil perceber que existe algo errado nisso tudo.


Então, para deixar de fazer mal a si mesmo, você precisa aprender a dizer não. E para dizer não aos outros, você vai precisar aprender a dizer sim a você.

Quando estiver em uma situação dessas, procure analisar tudo de uma forma mais racional. Pergunte a si mesmo:
“Eu quero MESMO fazer isso para essa pessoa?”
“ Quais são as consequências, caso eu diga não?”

* Importante, responda “racionalmente”, e não “emocionalmente” a essas questões. Seja verdadeiro consigo mesmo.

É claro que existem situações em que dizer não ao outro não seria adequado... Um exemplo dramático, só para brincar com você: imagine que você chegue em casa e encontre seu marido (ou sua esposa) jogado não chão, roxo, e ele lhe pede para ligar ao médico... bem, nessa situação eu não lhe recomendaria a dizer : “Agora não estou com vontade, querido.... Mais tarde, talvez...”

Mas muitas vezes o não é um direito seu, uma forma de honrar a si próprio.

PRATIQUE DIZER NÃO!
Você verá que não vai perder as pessoas ao fazer isso.
Pelo contrário, vai ganhar mais uma pessoa na sua vida: você mesmo!

por Patricia Gebrim

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Você se valoriza?




"O princípio de todos os pensamentos pertence ao amor. Depois, todo o amor pertence aos pensamentos".
(Albert Einstein)


Vivenciamos o final de uma época em que as aparências, associadas ao consumismo, ditam regras de comportamento social, e onde suspeitos interesses têm mais poder de influência do que valores humanos. Esta tendência comportamental acaba interferindo nos relacionamentos afetivos, a ponto de banalizar o amor e o sexo nas relações humanas.

Desta forma, a busca pelo prazer restringe e enquadra o significado do amor e do sexo nas relações, não permitindo que a experiência propicie aprendizados e crescimento aos envolvidos.

Atualmente, é muito comum encontrarmos "receitas ou fórmulas mágicas" de como se relacionar sem sofrer. Dicas, muitas delas provenientes de amigos ou de pessoas bem intencionadas, mas que refletem a crise relacional que o ocidente enfrenta por se submeter à tirania do materialismo, representado pelo dinheiro e o desconhecimento ou descrença nos verdadeiros valores da vida.

Neste confuso cenário das relações afetivas, muitos indivíduos perdem-se no gozo das paixões efêmeras, sem se darem conta que o tempo passa velozmente e que a libido -que é apenas uma peça no extraordinário mecanismo do amor- diminui à medida que a idade avança ou a saúde declina.

O amor, observado como proposta de crescimento entre duas pessoas que se relacionam, é muito mais que um  encontro casual, que tem como estímulo a atração sexual, porque relação afetiva sem a devida valorização dos envolvidos é simplesmente satisfazer instintos primários ligados ao princípio do prazer. Por este motivo, a atual fase ocidental, não afirma ou confirma a emancipação de gêneros; pelo contrário, revela que se houve movimento emancipatório, libertador, este encontra-se atrelado a um estado de alienação provocado por interesses que giram em torno do consumo, da propaganda e de um poderoso valor materialista: o dinheiro.

Nesta lógica comportamental e social, a busca pela satisfação tem gerado insatisfação, que por sua vez, gera mais insatisfação e fuga por prazer a qualquer custo. Situação que revela o ciclo vicioso de insatisfação ao qual muitas pessoas estão submetidas por tornarem-se dependentes de prazeres fugases ou viciosos, seja através do sexo ou de outras formas que causam dependência química ou emocional.

Valores são o conjunto de características de uma determinada pessoa, que determina a forma como a mesma se comporta e interage com outros indivíduos, consigo própria e com o meio ambiente. Portanto, valores humanos são valores morais, sociais, éticos -eu acrescento os valores espirituais- que representam um conjunto de regras para uma convivência saudável dentro de uma sociedade.

Alguns valores trazemos com a reencarnação. Outros são adquiridos, reforçados ou alterados com a sequência de vidas do espírito imortal, o que ocorre na infância durante a experiência educativa com os pais biológicos ou substitutos.

Na minha experiência como terapeuta interdimensional, tenho observado durante as sessões regressivas de memória, que trazemos de outras vidas um conjunto de valores e crenças, que de uma forma mais ou menos sutil, interfere no comportamento da pessoa adulta a ponto de influenciar nas suas escolhas. Portanto, estes valores internalizados, quando associados à experiência infantil da vida atual, podem ser alterados no sentido positivo ou negativo, conforme a influência parental pela via da educação e convivência.

Na falta de valores humanos nas relações afetivas, tornamo-nos pessoas frágeis emocionalmente, desequilibradas psiquicamente, dependentes e carentes. Geralmente, sentimo-nos pessoas com baixa autoestima à procura de um sentido para a vida. E nesta busca, o prazer de efeito imediato pode tornar-se a "fórmula" encontrada de nos relacionarmos com o outrem e o mundo ao nosso redor, ou seja, de buscarmos gratificações momentâneas no âmbito pelo qual interagimos com outras pessoas, a partir da visão egocêntrica da própria realidade. Desta forma, deixamos de qualificar a experiência existencial porque não valorizamos o amor no sentido de sua intensa relação com os aprendizados da vida.

Por outro lado, a valorização do eu está intimamente ligada ao processo de autoconhecimento, que passa pela importância dos valores humanos inseridos no contexto vital. Agir diferentemente é ir na contra-mão das leis naturais que orientam o ser inteligente para o sentido amoroso da vida.

O final de uma época, no entanto, revela o alvorecer de uma nova era de valorização do eu a partir de autodescobertas necessárias à essência em simbiose com o UNO. Este pertencer ao Todo Indivizível é a "chamada" de uma nova fase planetária de responsabilização do homem como agente de seu próprio destino.

Você se valoriza e valoriza o outrem? É tempo de questionar, refletir e rever conceitos e padrões comportamentais, pois o milênio de transformações começa a pressionar o ser inteligente para que ele se sinta como peça importante da engrenagem universal. 



 por Flávio Bastos          

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Ama a teu próximo como a ti mesmo.


A Bíblia diz: Ama a teu próximo como a ti mesmo.
Por mais simples e clara que esta afirmação possa parecer, levei muito tempo para me dar conta do que significa “amar a si mesmo” e para saber que se não amarmos e respeitarmos a nós mesmos seremos incapazes de qualquer amor verdadeiro pelos outros.
Alguns talvez digam que amar a si mesmo é vaidade, egoísmo e arrogância. Talvez seja por isso que esse amor por nós mesmos não é despertado e estimulado em nós desde pequenos. Pelo contrário, somos formados para atender o desejo alheio, a expectativa dos pais, as exigências dos professores, as ordens dos adultos.
Lutamos desesperadamente para atender o desejo dos outros, achando que assim seremos amados por eles. E nesse esforço perdemos de vista o incrível milagre que cada um de nós é como centelha divina e esplêndida expressão da vida. As atitudes de vaidade, egoísmo ou arrogância não revelam amor por nós mesmos. Revelam medo, insegurança, necessidade de afirmação. Essas atitudes são disfarces, são escudos para ocultar as carências que incomodam e fazem sofrer.
Pense nisso sempre que uma pessoa arrogante intimidar ou procurar diminuir você. O amor é respeitoso, generoso, solidário e cheio de compaixão. Quem ama a si mesmo entra em sintonia com o Universo no que ele tem de melhor, e tudo flui em sua vida.
Como é que amamos um filho querido para que ele cresça e se desenvolva dentro de suas características próprias? É procurando conhecê-lo tal como ele é, e não como gostaríamos que ele fosse. É acolhendo suas necessidades e estimulando suas capacidades. É ajudando-o a superar suas dificuldades e colocando limites para que ele se dê conta dos direitos dos outros. É tendo para ele um olhar de amor que reconhece, respeita, valoriza, levando-o a descobrir a pessoa única e especial que ele é. Levando-o a amar a si mesmo.
Por que então não fazemos o mesmo conosco? Somos adultos, está na hora de cuidarmos de nós como o faríamos com um filho querido. Está na hora de aprender a amar a nós mesmos.
Louise Hay

sábado, 12 de julho de 2014

Em que consiste a intimidade?



A intimidade consiste em uma adorável sensação de proximidade e cumplicidade com uma pessoa especial: um amigo sincero, um parente, um parceiro sentimental. Ela só se constrói em determinadas condições especiais, sendo que a mais importante delas tem a ver com o modo como se constituiu nosso modo de pensar.

Cada um de nós desenvolveu um jeito de correlacionar as palavras e os pensamentos que é mais original do que pensamos. Apesar de todos falarmos a mesma língua, nem sempre o que dizemos corresponde exatamente ao que o outro ouve; e, o que é o principal, muitas vezes não está em sintonia com aquilo que estava em nossa mente. Ou seja, como cada cérebro é único, não é raro que aquilo que estou escrevendo aqui agora – e que é o fruto de um esforço de transformar em palavras o que se passa em minha mente – não corresponda ao que você, leitor, estará entendendo. Isso não se deve apenas à uma eventual dificuldade minha de me comunicar e sim a diferenças relevantes entre os nossos modos de pensar.

Em contrapartida, há vezes em que o que falamos ou escrevemos parece corresponder exatamente ao que nosso interlocutor entendeu. A sensação é extremamente agradável, uma vez que nos sentimos devidamente entendidos e isso define uma importante afinidade no sistema de pensar, condição indispensável para que se constitua um relacionamento íntimo. Quando ocorre essa comunicação bem sucedida nossa sensação é de aconchego, de não estarmos tão sozinhos nesse mundo.

Ao longo do convívio com alguém cujo modo de pensar é suficiente parecido com o nosso, é claro que podem surgir divergências de pontos de vista e mesmo de atitudes diante das várias condições objetivas da vida de cada um dos que são íntimos.

É indispensável que esse canal fluente e fácil de comunicação não se feche, o que exige certos cuidados muito relevantes. O primeiro deles diz respeito ao modo como colocamos nossas diferenças: o melhor caminho consiste no uso da primeira pessoa do singular e não a terceira pessoa, uma vez ela que pode facilmente provocar a sensação de cobrança, crítica ou acusação.

Se algo me desagrada no outro, posso dizer a ele que “eu fico triste quando acontece isso ou aquilo entre nós” em vez de “não acho que você deveria fazer isso ou aquilo”; ou pior ainda: “não aceito – não admito – que você faça isso ou aquilo”.

Ninguém tem o direito de exigir nada de ninguém, muito menos dos mais íntimos. Temos o direito e mesmo o dever de informá-los sobre os desdobramentos de seus atos: “quando você age dessa ou daquela maneira, isso provoca em mim tantas e tais sensações e emoções”. Se o outro quiser nos agradar certamente tenderá a evitar as condutas que nos entristecem. Se não for esse o caso, cabe a nós decidir se aceitamos ou não o convívio com essa pessoa.

Outro ingrediente que considero fundamental para a continuidade dos relacionamentos baseados em respeito e intimidade é a ausência de críticas.
Quando uma pessoa relevante nos censura, nossa sensação é muito desagradável; e é especialmente ruim se esperávamos algum tipo de compreensão ou alívio de um desconforto que nós mesmos estejamos sentindo por termos cometido algum erro.

Quando esperamos colo e recebemos uma reprimenda, tendemos a nos calar; e não só naquela dada situação específica, mas também em qualquer outra que venha a ser passível de algum tipo de reprimenda.

Um exemplo: se eu contar para o meu parceiro sentimental algo no qual eu tenha falhado – ou algum sonho ou pensamento não muito abonador – eu não gostaria de ouvir algo do tipo “nossa, nunca pensei que você fosse fazer essa bobagem ou ter tal tipo de pensamento”. É claro que da próxima vez que eu fizer algo que possa ser censurável ou pensar algo não tão agradável não mais contarei o que se passou comigo.

Assim, o que mais comumente interrompe a comunicação e impede a intimidade são atitudes críticas e reprovadoras vindas de parceiros cuja aceitação nos é tão importante.

Se ao invés de críticas ouvirmos algo do tipo “você sabe que em uma dada ocasião fiz algo parecido e sei muito bem como é chato errar e imagino como você deva estar se sentindo; mas não se aflija, pois isso logo passa”, é claro que a intimidade cresce e se fortalece.

Em síntese, as boas relações de companheirismo acontecem entre aqueles que possuem modos de ser e de pensar assemelhados, que sejam muito cautelosos ao colocar suas divergências – sempre dando prioridade para a descrição da repercussão das ações do outro sobre si mesmo – e, mais que tudo, entre pessoas que não se arvorem em juízes e que sejam acima de tudo cúmplices.

Flávio Gikovate

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Olho gordo



Não são todos os que acreditam, mas por via de dúvida não é bom facilitar… Desde a antiguidade, os olhos são vistos como a expressão da alma e considerados um órgão sagrado. O olho humano tem um potencial oculto e emite energias que podem intensificar as palavras ditas. Um olhar penetrante e bem dirigido pode reforçar muito uma mensagem ou um ensinamento. E muitas vezes, sozinhos, já conseguem passar toda a informação necessária.
Vemos, portanto, que grande parte da energia gerada por nossos processos internos – como nossos pensamentos e sentimentos – são emitidos pelos olhos para o mundo exterior. Além de ser o espelho da alma, o olho é também um grande emissor de magnetismo e energia.
Existem relatos de homens santos que apenas com o seu olhar curavam os doentes. Isso nada mais é do que uma energia de cura muito poderosa que é canalizada através dos olhos. Mas, infelizmente, nem só de santos vive a Terra. Muitos seres interiormente desequilibrados emitem, através do seu olhar, toda a energia desgovernada que habita em seu interior, e saem por aí matando plantas, murchando bolos, causando quebranto em crianças, quebrando objetos, enguiçando máquinas e provocando até doenças e muito mal-estar em suas vítimas.
Muitos consideram o fenômeno do olho gordo como pura superstição, mas o tema já era tratado por Lao-Tse, criador do taoísmo, que viveu há mais de 350 anos antes de Cristo, e por Confúcio, que viveu 600 anos antes de Cristo, ambos na China.
O olho gordo nada mais é do que a canalização, através dos olhos, de uma energia interna gerada pelo desejo de possuir o que é dos outros e pela inveja, que não deixa de ser um roubo de energia. Os possuidores de olho gordo são pessoas em permanente estado de descontentamento e que têm complexo de inferioridade (mesmo que camuflado), uma vez que não se julgam capazes de conseguir por si mesmos o objeto de sua cobiça. Seguem a vida lamentando-se de sua má sorte, mas nada fazem para construir uma vida mais feliz. Poderíamos considerá-los vampiros de energia, e estão ligados aos baixos desejos, à mesquinhez, ao egocentrismo e à uma série de assuntos internos mal resolvidos. Gostam de estar sempre por perto, e sabedores dos acontecimentos, são solícitos e companheiros, utilizando-se do recurso da aproximação.
Dicas para lidar com o olho gordo
Uma coisa é certa: a nossa felicidade certamente incomoda muita gente, e durante toda a vida nos vemos obrigados a lidar com isso, portanto, não adianta fugir e nem fingir que não é com você. Aprender a nos portar diante do fato é o melhor que temos a fazer. Veja a seguir algumas dicas que podem nos ajudar muito:
1. Muitas pessoas costumam usar amuletos para evitar as energias negativas. Embora muitos não acreditem em sua eficiência, na verdade, esses objetos são receptores de energias desarmoniosas, absorvendo-as e neutralizando-as. Mas são de pouca valia caso a pessoa que a porta esteja vibrando no mal ou com baixa autoestima.
2. Deixar a ingenuidade de lado também é muito útil nessas horas. Com um pouco de conhecimento, prática e atenção é possível começar a pressentir as intenções dos outros para não sermos pegos de surpresa. Isso não significa ser malicioso e apenas ver o mal em tudo e em todos, mas com um pouco de sensibilidade aprenderemos a nos posicionar de forma correta em cada situação, nos abrindo para quem merece nossa confiança e nos colocando em posição de defesa com relação àqueles que não nos inspiram bons agouros.O segredo é não nos deixar levar pela aparência e somente pela razão; a intuição também conta muito nesses casos, além de uma observação muito apurada. A partir daí, vamos selecionar nossos amigos, saber a quem confiar nossos segredos e, principalmente, determinar quem deve ou não frequentar a nossa casa.
3. Outra boa dica é o uso da visualização criativa e do mentalismo. Imagine-se envolto em luz dourada, que o torna invulnerável às investidas do invejoso. Aproveite também para mandar um pouco de luz para ele, afinal, a generosidade é uma energia que nos protege. Faça o mesmo com a sua casa, animais e objetos de valor. O azul é outra cor muito boa para proteção – a cor do arcanjo Miguel.
4. Mas, em se tratando de olho gordo, o mais importante é a postura da pessoa diante do fato. Seres de vontade fraca, indecisas, medrosos, supersticiosas, que não se julgam merecedoras de felicidade são alvos fáceis para o invejoso. O fortalecimento interior é a melhor arma contra as investidas externas.
5. Outro aspecto importante é a naturalidade. Nada de esconder o carro novo, a promoção merecida e muito menos os seus dons pessoais; nunca use de falsa modéstia, assuma com firmeza e merecimento as suas riquezas. Por outro lado, também não caia no outro extremo, saindo por aí exibindo-se e atiçando a inveja dos outros. Repito: a naturalidade aliada à segurança do senso de merecimento nos protegem da inveja alheia.
6. Nunca olhe para o invejoso com medo ou se sentindo inferior a ele em termos de poder. Lembre-se que quem tem inveja é porque não é feliz e não tem a capacidade de conquistar o que deseja. A sua firmeza é que vai te proteger, e o medo só dará forças ao invejoso. Use e abuse do senso de humor. A alegria aliada à presença de espírito (sem agressividade) cortam o padrão vibratório do invejoso, deixando-o sem ação. E não se esqueça: nunca tenha vergonha ou culpa por ser feliz.

Vera Caballero

sábado, 5 de julho de 2014

A busca do amor


A causa da falta de amor não está longe, na verdade está dentro de cada indivíduo.
É a condição individual interna que resulta na condição do coletivo.
Cada empreitada na vida é apenas uma busca pelo amor.
Assim como uma criança estava infeliz porque queria que alguém a amasse. Mais tarde a busca prosseguiu com os professores, o cônjuge, e depois com os filhos. A vida se tornou um grande processo de espera. Frequentemente testamos nossos entes queridos pelo que chamamos de amor real e acabamos ficando insatisfeitos e com raiva.
Aquilo que as pessoas chamam de amor, é apenas pedir, desejar ardentemente e implorar por amor. Este pedido pelo amor, é o que pensamos ser o amor. A consequência é frustração, aborrecimento, e desespero.
Cada indivíduo tem um vazio no interior. Para preencher o vazio usamos as relações.
As pessoas tem a necessidade constante de se sentirem amadas por isto tendem a serem possessivas nas suas relações. Quando o amor é posse há o medo da perda. A pessoa destrói a sua liberdade e a de todos. Um ato de medo é reivindicado como sendo amor!
A verdade é que as pessoas não se amam, e uma relação é o meio de se amar. Eles tentam se preencher através das relações.
Todo amor tem que começar com o amor por si mesmo. Saiba que você só pode fazer aos outros o que faz por si mesmo. Ao contemplar sobre isso a pessoa descobre que o modo como se relaciona internamente consigo mesmo é a forma de se relacionar com os outros. Se um indivíduo se condena por cada pensamento, palavra ou ação, com certeza fará o mesmo com os outros.
Quando a pessoa para de brigar consigo mesma e se aceita como é, então ela se apaixona por si mesma. Ela fez as pazes no interior e portanto fez também com o mundo. Ela descobre que o amor é a essência do Universo. É sua verdadeira natureza.
Amma Bhagavan

domingo, 15 de junho de 2014

Amor eterno




"Gosto do modo carinhoso do inacabado, do mal feito, daquilo que desajeitadamente tenta um pequeno voo e cai sem graça no chão". 

Talvez a frase de Clarice Linspector sintetize a experiência humana em relação ao amor, ou seja, a busca pela completude nas relações amorosas, que acaba esbarrando no inacabado, no incompleto voo de um sentimento incompreendido na sua profundidade. Por isso, mal usado e praticado.
Neste sentido, a vida, que deveria ser uma oportunidade do homem assimilar os significados do amor, torna-se para muitos indivíduos um ciclo vicioso de busca e frustração amorosa, isto é, uma experiência incompleta que termina intensificando sentimentos negativos geradores de desequilíbrios do corpo e da alma.

Processo inconsciente que alimenta fantasias e cria expectativas em torno de um amor idealizado, mas sem raízes terrenas, onde a dor que é inerente ao ser de natureza imperfeita, é canalizada pela via da relação que já nasce eterna e repleta de gozo e harmonia.
Na ânsia de aliviar a sua dor psíquica, o ser pensante lança-se em busca do par perfeito, do amor incondicional e eterno, mas cai na armadilha do amor impossível, difícil ou não correspondido chamado de "amor platônico". Fixação que revela, nos seus bastidores, o medo de se machucar ou medo de verificar que as suas fantasias e expectativas não correspondem à realidade mundana.

A necessidade da pessoa ser aceita e amada, a qualquer custo, desencadeia o que chamamos de ilusão: um produto da imaginação que tem a capacidade de ofuscar a razão para que não se possa discernir a realidade dos fatos. Viver uma ilusão, portanto, significa viver um engano, viver uma percepção falsa da realidade de si mesmo, e transferir para o outrem a realização de um desejo inconsciente, mas que revela à luz da consciência, ser uma proteção compensatória e uma manobra defensiva contra a inevitabilidade da dependência e do desamparo, geradores da dor original.

Em busca da realização de um desejo alimentado pela ilusão da alma gêmea, da cara-metade ou do amor eterno, inúmeros casais unem-se arrebatados de amor, que logo acaba diante dos atritos e dificuldades da relação. Julgando que erraram na escolha, continuam alimentando secreto desejo de um novo encontro, na eterna procura da alma afim. Mas encontram novas algemas, eternizando suas angústias e gerando problemas que se sucedem, indefinidamente.
Em vários casos acompanhados pela Psicoterapia Interdimensional, sentimentos de rejeição e abandono são potencializados porque se repetem através de experiências vivenciadas no ciclo reencarnatório do espírito imortal. Informações que emergem à luz da consciência pela regressão de memória, como é o caso de uma jovem mulher que abordaremos a seguir.

Na regressão, a mulher acessou situações que reforçaram o seu sentimento de desamparo, gerado pelo trauma da morte da avó, quando ela tinha três anos e recordada em detalhes. Numa segunda vivência, viu-se envolvida numa cena na qual jazia uma criança doente e um homem gravemente ferido. Sentia-se impotente e desamparada, em decorrência das condições de saúde do filho e de seu companheiro. E numa terceira vivência, encontrava-se perdida numa floresta e angustiada pela sensação de estar sozinha e desprotegida num lugar inóspito.

Na verdade, a jovem já traz em seu padrão emocional-comportamental, os sentimentos de perda e desamparo, reforçados pela experiência de relação com as figuras parentais da vida atual, ou seja, pais distantes e pouco afetivos.
A experiência regressiva mostrou que é contra este paradigma que a jovem tem que lutar, no sentido de alterá-lo, pois a vida está posta para que ela desafie os seus medos, inseguranças, bloqueios e condicionamentos. E que possa investir no presente com amor-próprio, aceitação, autoconfiança, autorresponsabilidade e cortar a sintonia com o passado, exorcizando os seus "fantasmas" e providenciando a sua libertação.

O ser humano está querendo sempre ser amado e aceito pelo outro, sem se questionar se internamente está pronto para o relacionamento. O amor é um sentimento precioso que vem inevitavelmente acompanhado de desapego e aceitação. Numa relação a dois, esse sentimento resulta em atenção, carinho, amizade, presença de ambos e crescimento mútuo.

Presença é desenvolver o hábito do autoconhecimento, aceitar-nos com todas as qualidades e defeitos. Depender de alguém para ser feliz é a maior cilada já inventada pelo ego. O outro não tem a obrigação e nem vai completá-lo nunca. Você é quem deve se preencher completamente para, então, satisfazer o outrem. Esta é a mágica do amor: para amar alguém de verdade, temos que nos amar muito antes, o que significa aceitação e respeito. Desta forma, você estará pronto para amar e ser amado, como referiu-se Paulo Coelho: "É mais fácil amar que ser amado. Aceite o amor, ele não vai ficar esperando para sempre".

Nesta lógica, encontramos uma publicação num periódico digital da Colômbia. É um relato de uma médica que nos faz refletir sobre a dimensão do amor em nossas vidas: "Um homem de certa idade foi à clínica onde trabalho para tratar uma ferida na mão. Estava apressado e enquanto o tratei perguntei-lhe o que tinha de tão urgente para fazer. Ele me disse que precisava ir a um asilo de idosos para tomar café da manhã com sua esposa que estava internada lá. Disse-me que ela estava internada naquele lugar há algum tempo porque sofria o Mal de Alzheimer, já bastante avançado. Enquanto acabava de fazer o curativo, perguntei-lhe se sua esposa se incomodaria se caso ele chegasse atrasado naquela manhã. Não, respondeu ele, ela já não sabe quem eu sou. Faz quase cinco anos que não me reconhece.
Então lhe perguntei com certo espanto: mas se ela já não sabe quem é o senhor, porque essa necessidade de estar com ela todas as manhãs? Ele sorriu e com um olhar enternecido disse-me: É... Ela já não sabe quem eu sou, mas eu, entretanto, sei muito bem quem é ela. Tive de conter as lágrimas enquanto ele saía, e pensei: é este tipo de amor que eu quero para a minha vida. O verdadeiro amor não se reduz ao físico nem ao romântico. O verdadeiro amor é a aceitação de tudo o que o outro é, do que foi, do que será e do que já não é".



por Flávio Bastos  
Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva, Psicoterapia Reencarnacionista, Terapia Floral, Psicoterapia Holística, Parapsicologia, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia.