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quinta-feira, 18 de setembro de 2014

O outro é apenas o outro

Cada um que passa em nossa vida passa sozinho, pois cada pessoa é única, e nenhuma substitui outra. Cada um que passa em nossa vida passa sozinho, mas não vai só, nem nos deixa sós. Leva um pouco de nós mesmos, deixa um pouco de si mesmo. Há os que levam muito; mas não há os que não levam nada. Há os que deixam muito; mas não há os que não deixam nada. Esta é a maior responsabilidade de nossa vida e a prova evidente que nada é ao acaso". - Antoine de Saint-Exupéry

Tudo o que nos acontece, acontece por uma razão. Tudo o que nos é dito é exatamente o que precisamos ouvir ou ler. Gostar ou não gostar do que nos é dito é escolha nossa e não muda o fato de que só recebemos aquilo de que precisamos. 

Se abrimos o coração para o que é dito, uma grande revolução pode ter início, porque podemos nos ver também a partir do que o outro vê e percebe em nós. Uma nova perspectiva de nós mesmos se apresenta.

Se, no entanto, escolhemos fechar o nosso coração ao que nos dizem, uma grande oportunidade pode ser perdida.

Nada é em vão, nada é por acaso, nada é injusto, porque o que vem, vem pela nossa necessidade e não pelo nosso desejo.

O que desejamos fala das nossas carências e das nossas crenças pessoais, restritas pela nossa limitada e distorcida percepção da realidade.

O que necessitamos, entretanto, fala do que podemos nos tornar, se permitirmos que a revolução se faça em nós, sem nos debatermos.

Quando alguém fala, fala de si mesmo. E quem ouve ou lê, ouve ou lê de si mesmo, pelos seus próprios filtros e não pelos filtros de quem falou.

Se podemos escolher gostar ou não, é porque podemos escolher como interpretar. E se podemos escolher como interpretar, está aí o nosso maior exercício, nosso maior aprendizado.

Quando algo nos machuca é porque entendemos que podemos ser machucados, é porque acreditamos nisso, pensamos assim e achamos isso "certo" para nós, de alguma maneira. 

Ser feliz ou miserável com o que nos acontece é escolha apenas nossa e de ninguém mais. Não é o outro que nos ofende ou faz infelizes, mas nós que escolhemos ser ofendidos e ficar infelizes, a partir do que supomos que o outro está fazendo.

O outro é apenas o outro e ele só terá sobre nós o poder que nós mesmos lhe dermos.



por Maísa Intelisano

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