Translate

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Você se valoriza?




"O princípio de todos os pensamentos pertence ao amor. Depois, todo o amor pertence aos pensamentos".
(Albert Einstein)


Vivenciamos o final de uma época em que as aparências, associadas ao consumismo, ditam regras de comportamento social, e onde suspeitos interesses têm mais poder de influência do que valores humanos. Esta tendência comportamental acaba interferindo nos relacionamentos afetivos, a ponto de banalizar o amor e o sexo nas relações humanas.

Desta forma, a busca pelo prazer restringe e enquadra o significado do amor e do sexo nas relações, não permitindo que a experiência propicie aprendizados e crescimento aos envolvidos.

Atualmente, é muito comum encontrarmos "receitas ou fórmulas mágicas" de como se relacionar sem sofrer. Dicas, muitas delas provenientes de amigos ou de pessoas bem intencionadas, mas que refletem a crise relacional que o ocidente enfrenta por se submeter à tirania do materialismo, representado pelo dinheiro e o desconhecimento ou descrença nos verdadeiros valores da vida.

Neste confuso cenário das relações afetivas, muitos indivíduos perdem-se no gozo das paixões efêmeras, sem se darem conta que o tempo passa velozmente e que a libido -que é apenas uma peça no extraordinário mecanismo do amor- diminui à medida que a idade avança ou a saúde declina.

O amor, observado como proposta de crescimento entre duas pessoas que se relacionam, é muito mais que um  encontro casual, que tem como estímulo a atração sexual, porque relação afetiva sem a devida valorização dos envolvidos é simplesmente satisfazer instintos primários ligados ao princípio do prazer. Por este motivo, a atual fase ocidental, não afirma ou confirma a emancipação de gêneros; pelo contrário, revela que se houve movimento emancipatório, libertador, este encontra-se atrelado a um estado de alienação provocado por interesses que giram em torno do consumo, da propaganda e de um poderoso valor materialista: o dinheiro.

Nesta lógica comportamental e social, a busca pela satisfação tem gerado insatisfação, que por sua vez, gera mais insatisfação e fuga por prazer a qualquer custo. Situação que revela o ciclo vicioso de insatisfação ao qual muitas pessoas estão submetidas por tornarem-se dependentes de prazeres fugases ou viciosos, seja através do sexo ou de outras formas que causam dependência química ou emocional.

Valores são o conjunto de características de uma determinada pessoa, que determina a forma como a mesma se comporta e interage com outros indivíduos, consigo própria e com o meio ambiente. Portanto, valores humanos são valores morais, sociais, éticos -eu acrescento os valores espirituais- que representam um conjunto de regras para uma convivência saudável dentro de uma sociedade.

Alguns valores trazemos com a reencarnação. Outros são adquiridos, reforçados ou alterados com a sequência de vidas do espírito imortal, o que ocorre na infância durante a experiência educativa com os pais biológicos ou substitutos.

Na minha experiência como terapeuta interdimensional, tenho observado durante as sessões regressivas de memória, que trazemos de outras vidas um conjunto de valores e crenças, que de uma forma mais ou menos sutil, interfere no comportamento da pessoa adulta a ponto de influenciar nas suas escolhas. Portanto, estes valores internalizados, quando associados à experiência infantil da vida atual, podem ser alterados no sentido positivo ou negativo, conforme a influência parental pela via da educação e convivência.

Na falta de valores humanos nas relações afetivas, tornamo-nos pessoas frágeis emocionalmente, desequilibradas psiquicamente, dependentes e carentes. Geralmente, sentimo-nos pessoas com baixa autoestima à procura de um sentido para a vida. E nesta busca, o prazer de efeito imediato pode tornar-se a "fórmula" encontrada de nos relacionarmos com o outrem e o mundo ao nosso redor, ou seja, de buscarmos gratificações momentâneas no âmbito pelo qual interagimos com outras pessoas, a partir da visão egocêntrica da própria realidade. Desta forma, deixamos de qualificar a experiência existencial porque não valorizamos o amor no sentido de sua intensa relação com os aprendizados da vida.

Por outro lado, a valorização do eu está intimamente ligada ao processo de autoconhecimento, que passa pela importância dos valores humanos inseridos no contexto vital. Agir diferentemente é ir na contra-mão das leis naturais que orientam o ser inteligente para o sentido amoroso da vida.

O final de uma época, no entanto, revela o alvorecer de uma nova era de valorização do eu a partir de autodescobertas necessárias à essência em simbiose com o UNO. Este pertencer ao Todo Indivizível é a "chamada" de uma nova fase planetária de responsabilização do homem como agente de seu próprio destino.

Você se valoriza e valoriza o outrem? É tempo de questionar, refletir e rever conceitos e padrões comportamentais, pois o milênio de transformações começa a pressionar o ser inteligente para que ele se sinta como peça importante da engrenagem universal. 



 por Flávio Bastos          

Nenhum comentário:

Postar um comentário